4.5.11

Do pequeno ao impossível













A Bíblia é um livro fantástico, pois retrata, ao mesmo tempo, atos de fé quase inacreditáveis e fracassos praticamente irrecuperáveis. A Bíblia não esconde as vitórias e fraquezas mais vergonhosas de homens e mulheres comuns que foram chamados por Deus. Homens e mulheres como você e eu que em alguns momentos seguraram forte nas mãos do Senhor para vencer tentações arrebatadoras e pouco tempo depois simplesmente rendiam-se a vontades pecaminosas altamente destrutivas.
Ali encontramos a fé imutável de Noé que suportou o ridículo e viveu o que ninguém acreditava ser possível… algumas páginas para frente encontramos um homem bêbado e desnudo. Também encontramos a história de Moisés, o bebê que foi escolhido para ser o príncipe libertador do povo de Deus… alguns anos depois foi tomado por um ódio tão grande que o transformou em um assassino e fugitivo. Davi foi o humilde pastor de ovelhas que venceu, na juventude, o gigante Golias… quando virou rei permitiu que seus desejos tomassem proporções gigantescas e foi capaz de mandar matar o esposo de sua amante.

A Bíblia é assim… real. Não esconde que os seres humanos, quando unidos a Deus, podem fazer maravilhas. Não esconde que esses mesmos seres humanos são capazes de realizar barbaridades quando acreditam que o segredo de sua vitória está neles mesmo.

A história de Daniel é singular. Ele foi um escravo sofredor. Tinha todos os motivos para rebelar-se e cometer pecados horríveis. Tantos antepassados que viveram em condições muito melhores tiveram seus altos e baixos. Ele conhecia as histórias. Sabia que Deus era capaz de perdoar e abençoar seus servos, mesmo depois de uma grande queda. Sabia do amor de Deus por Noé, Moisés e Davi. Conhecia qual foi o final da história desses homens. Eles foram considerados heróis da fé. Homens que conheciam e falavam com Deus. Homens segundo o coração de Deus.

Mesmo assim, Daniel escolheu não ceder. Poderia ter desistido na primeira prova. Poderia ter aceitado as iguarias do rei da Babilônia. Escolheu, ainda na adolescência, que não queria manchar sua história. Sabia que deveria manter contato constante com o Deus de seus pais para ser vitorioso. Daniel foi fiel na prova pequena. Venceu seu apetite.

Com o passar do tempo as provas não ficaram mais fáceis. Sua vida não foi tranqüila e sem provações. Mas ele foi fiel. Foi fiel nas coisas pequenas… no final da vida, foi capaz de ser fiel na grande prova. Decidiu que não iria deixar de adorar ao seu Deus. Escolheu a cova dos leões. Daniel não sabia que Deus iria fechar a boca dos leões… Sua decisão de não ceder fora tomada durante toda a vida. As provas pequenas o capacitaram a suportar a maior prova. Quando ela chegou estava pronto… o impossível aconteceu. Deus o livrou de leões famintos. Sua fidelidade engrandeceu a El Shadai.

Não encontramos mácula na história de Daniel. Encontramos um homem humilde que reconheceu, acima de tudo, que precisava de Deus a todo o momento. Essa resignação salvou sua vida. Essa resignação nos mostra que é possível vencer as pequenas provas do dia-a-dia e dessa forma nos prepararmos para, nas mãos de Deus, também vencer o impossível.

Carolina Costa Cavalcanti

Foto por nosso colaborador Javits

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