23.4.11

Martinho Lutero e os reformadores














Texto: Lourenço Gonzales


Daniel 8: 12
“...e lançou a Verdade por terra; fez isso e prosperou.”
A Verdade, como já dissemos, é:

DEUS (Isa. 65:16);

JESUS CRISTO (João 14:6);

ESPÍRITO SANTO (João 16:13);

BÍBLIA (João 17:17);

OS 10 MANDAMENTOS (Sal. 119:142).

Portanto: Negar ou matar a Cristo; usurpar o lugar de Deus; olvidar a atuação do Espírito Santo; substituir a Bíblia e modificar a Lei Moral é “lançar a Verdade por terra.”


Quando Daniel profetizou isso (600 a.C.), a verdade estava de pé.

Ou seja:

- Os judeus foram separados como nação eleita para ser a luz dos povos.

- O templo era a Igreja (Êxo. 25:8).

- O evangelho era o Sistema Sacrifical que prefigurava o Messias, e a Lei Moral era a norma de conduta.

- O Espírito Santo, embora atuante, não fora dado de forma clara, o que só ocorreu no Pentecostes ao ser Jesus glorificado no Céu pelo Pai (João 17:5).

No Pentecostes se deu a obra inaugural do Espírito Santo como sucessor de Jesus.


Os anos se passaram. O Messias chegou, e mataram-nO.

Mas, no ano:
31 d.C. (morte de Cristo) a Verdade estava de pé.


58 d.C. Ainda permanecia de pé sustentada por Paulo (Atos 20:29 e 30).


62 d.C. Paulo adverte veementemente: II Tess. 2:3 e 4

- (O apóstolo define quem tentaria contra a Verdade para lançá-la por terra).


100 d.C. Morre João, o último dos apóstolos. A Verdade ainda está de pé.


200/300 d.C. Ainda permanece de pé, toda a Verdade de Deus.


321 d.C. Ocorre a conversão nominal do imperador Constantino ao cristianismo (apenas uma manobra política para lhe assegurar a permanência no governo).


Em 7/3/321 d.C. celebra ele o famoso edito dominical que iria abrir a porta às leis dominicais futuras (veja este decreto na página nº 96). Posteriormente afirmou: “Juntar-se à igreja ou perder a vida.”


364 d.C. No Concílio de Laodicéia a Igreja Romana transferiu definitivamente a solenidade do Sábado para o domingo.


503/508 d.C. Nestes anos, consolidou-se a posição religiosa de apostasia total. Abria-se o caminho para a “abominação assoladora”. O papado contava com o apoio eclesiástico (no Sínodo de 503 d.C. em Roma, o Papa foi declarado como o substituto de Deus não podendo ser julgado por pessoa alguma).

Recebeu também o apoio civil (503 a 508 d.C.) através de Clóvis (Clodoveu) rei dos Francos que, aceitando o cristianismo por influência de sua esposa cristã, Clotil de, torna-se ardoroso defensor do papado, lutando contra todos os povos hostís ao Papa. Isto lhe valeu o título de “filho mais velho da Igreja Católica”.
533 d.C. Justiniano, imperador de Roma Oriental, com sede em Constantinopla, declara o papa como o “cabeça de todas as igrejas”, passando o papado a dominar a Europa.


538 d.C. Exatamente neste ano foi expulso de Roma o último poder opositor do papado – os Ostrogodos. Com sua queda desenvolveu-se notadamente a supremacia papal. Virgílio, bispo de Roma, torna-se o 1º papa com jurisdição temporal. A verdade que, paulatinamente, já vinha sendo modificada, sob este poder, seria, definitivamente, lançada por terra.
A profecia de Daniel 8:12 se locupleta na de Paulo (II Tess. 2:3 e 4), senão, veja o que diz a História Universal:   
No ano 321 d.C. - mudança do Sábado para o domingo.

370 d.C. - culto aos santos.

400 d.C. - oração pelos mortos e sinal da cruz.

500 d.C. - origem do purgatório.

609 d.C. - culto à virgem Maria.

758 d.C. - confissão auricular.

787 d.C. - culto às imagens.

880 d.C. - canonização de santos.

998 d.C. - festa de finados.

1.190 d.C. - venda das indulgências.

1.215 d.C. - consagrada definitivamente a confissão auricular.

1.220 d.C. - adoração à hóstia.

1.414 d.C. - uso de cálice só para sacerdotes.

1.563 d.C. - o Concílio de Trento determina que a tradição tem o mesmo valor que a Bíblia, e aceita como canônicos os livros apócrifos.

1.870 d.C. - é declarada a infalibilidade do papa quando fala ex-cátedra, pelo Concílio Vaticano.


O mundo então mergulhou em densas trevas. Foi retirada a Bíblia da mão do povo e colocadas em seu lugar as tradições romanas. As consciências foram cauterizadas no engano. Superstições inventadas, ninguém raciocinava livremente, dominados que foram pelo poder católico romano. Todos viviam receosos da bula papal. Reis, príncipes e o povo comum temiam a excomunhão da santa Sé. Vieram então os cismas e as indulgências. A intolerância religiosa estabelecida por Roma Cristã obliterou a visão de um Deus amoroso, piedoso, misericordioso e compassivo.


Eis que surge o século XVI, e com ele, o embrião da Reforma Protestante. Muitos homens santos deram suas vidas em favor da Verdade no intuito de restaurá-la; antes e depois deste século, são eles:


Wiclef: Reformador inglês, cognominado a“estrela da manhã dos Reformadores”. Traduziu a Bíblia do latim para o inglês em 1.380 d.C. Seu protesto veemente foi contra a venda de indulgências. Seus ossos foram parar na fogueira.

Jerônimo e João Huss, dois expoentes máximos da Reforma; em defesa da verdade foram também devorados pela fogueira.

Willian Tyndale, suscitou o ódio dos prelados ao traduzir as Escrituras Sagradas para o idioma materno. Por ordem de Carlos V da Alemanha, foi ele estrangulado no dia 6 de Outubro de 1536 e queimado num poste de Vilvorde, próximo a Bruxelas.

Martinho Lutero,

Reformador alemão. A estrela central da constelação imarcescível dos valorosos reformadores. Quando ele subia de joelhos os degraus da “escada de Pilatos” em Roma, uma voz lhe soou aos ouvidos: “O justo viverá pela fé” (Rom. 1:17). Olhou para todos os lados. Nada viu. Continuou. A voz cálida repetiu-se: “O justo viverá pela fé”. Não mais duvidou. De pronto, levantou-se. Lutero cria nas torturas e sacrifícios, isto é, na justificação pelas obras como o tinha aprendido na Igreja Católica.

Interrompeu imediatamente sua via-crucis pois entendera a voz e a mensagem divinas. Penitências, obras de qualquer espécie, promessas, sacrifícios de auto flagelação, nada disso pode justificar a ninguém (Isaías 64:6). Correu até sua igreja em Vitemberg na Alemanha e colocou 95 teses contrárias à Igreja Católica (31/10/1517) e por isso foi levado aos tribunais da Santa Sé.

“Retrata-te herege”, vociferavam bispos e padres. De quê? Serenamente perguntava este homem de Deus: “Provem pela Bíblia meu erro!” (E pode??).
Lutero foi salvo pelo Senhor para desencadear o grande processo de restauração das Verdades que estavam lançadas por terra. E começou pela Bíblia. Traduziu-a para o alemão em 1.534 d.C., e mais tarde fundou a Igreja Luterana. Mas,
• Continuou guardando o domingo;
• Crendo que na morte da pessoa, saía-se-lhe a alma; (imortalidade);
• E praticando o batismo por aspersão (água na cabeça).

Lamentavelmente, a Reforma de Lutero, conquanto providencial e necessária, foi uma Reforma incompleta. Julgá-lo? Quem?!


Um homem que se levantou sozinho contra um Sistema Eclesiástico poderoso que dominava o mundo. Como também exigir dele, que viveu apenas 63 anos, uma reforma total das Verdades que foram lançadas por terra há milênios?


Agradeçamos à Deus por Martinho Lutero, a bênção de ter restaurado a autoridade da Bíblia e a grande verdade da justificação pela fé. A sua sinceridade nos leva a entender que, 1.300 anos de engano, efetivamente lhe ofuscaram a visão espiritual concernente ao Sábado, pois temos dele o seguinte testemunho:


“É muito surpreendente para mim que alguém possa afirmar que eu rejeito a Lei ou os Dez Mandamentos... Não conheço nenhum modo em que nós não os usemos... Pois quem poderia saber que, e por que, Cristo sofreu por nós, sem saber o que é pecado ou a lei? Portanto, a Lei precisa ser pregada onde quer que Cristo for pregado.” – Martinho Lutero, Luther’s Works (Filadélfia: Fortress Press, 1971), vol. 47, págs. 109 e 113.

Portanto, como cada época da história teve sua Verdade Presente, a Verdade Presente na era de Lutero foi a justificação pela fé.

Nenhuma outra Verdade poderia ser restaurada em primeiro lugar senão essa; porque ao povo havia sido ensinado que o perdão se comprava com dinheiro (indulgências). E o livro do profeta Daniel estava “selado” ainda.
O certo é que, com Lutero, a igreja começou a ser despertada do sono milenar para novamente adentrar o caminho da verdade e santidade. Importava seguir em frente. Raios de fulgurante luz espancavam as espessas trevas dos ensinos pervertidos e das práticas pagãs de Roma papal. Porém, ainda que a Reforma surgisse em hora gloriosa, o restabelecimento de todas as Verdades não se deu.


Era exigir demais que os Reformadores abandonassem todos os erros de seus antepassados, ou que eles restaurassem todas as Verdades “lançadas por terra”.


Todo o conjunto de Verdades divinas alteradas milenarmente pela igreja dominante teriam que ser gradativamente restauradas, e não todas de uma vez.


Efetivamente, algumas verdades estavam ocultas aos seus olhos, aguardando outra oportunidade para serem restauradas ao seu primitivo fulgor, fato que está plenamente de acordo com os reclamos da profecia.


O batismo por aspersão (infantil) é um exemplo. Deus o aceitou até que a forma original pudesse brandir as trevas e se revelar, também fulgurante. Quando este batismo (gotas de água na cabeça) era a luz que os crentes tinham, ou seja, não compreendiam com exatidão a verdadeira forma de batizar, Deus aceitava sua fidelidade à luz então crida. Daí, a certeza de que a pessoa só será responsável pelo conhecimento que teve da verdade em sua época. Ela só prestará conta da luz recebida e vivida, segundo o esclarecimento obtido.


Pois bem, as Igrejas Reformadas que se seguiram à Luterana, também não complementaram a Reforma, por isso mesmo continuaram iguais, todas guardando o domingo, crendo na imortalidade inerente da alma e batizando por aspersão.


Só em 1.609, a Igreja Batista restaurou outra Verdade que foi o batismo por imersão e só de adultos. Daí para frente, nenhuma igreja mais fez nenhum progresso no sentido de restaurar as Verdades que ainda se encontravam no “chão”.

Evidentemente, Martinho Lutero nem ninguém poderia contrariar a profecia. A restauração de todas as Verdades só se daria quando chegasse o tempo predito na profecia, isto é: o Tempo do Fim, 1844 (leia à pág. 424). Dan. 8:12, 14, 17, 19, 26. Deus cuidou para que a profecia se cumprisse tal qual encontrada na Bíblia. Deus espera que os cristãos do final deste século, sejam os valentes atalaias de Sião, defensores da Verdade.


VERDADES CONFIRMADAS NO TEMPO DO FIM
• Bíblia Sagrada sem os livros apócrifos.
• Justificação pela fé.


VERDADES RESTAURADAS

a partir de 1844, pela Igreja Adventista do 7º Dia:

TEMPERANÇA (ampla reforma pró-saúde).
• Abandono de carnes imundas.
• Abandono de cigarros e bebidas alcóolicas.
MORTALIDADE DA ALMA
•A alma é o homem. Ele não abriga algo que se desprende ou se desgarra na morte.
SANTA CEIA
• Lava-pés, puro suco de uva e pão ásmo (sem fermento).
LEI DE DEUS
• Restauração de todos os Dez Mandamentos. (aqui está o Sábado). Etc.

OBSERVAÇÃO: O Sábado não poderia ser restaurado antes do cumprimento da profecia. O tempo do fim começou no século XVIII e não no século XVI quando se deu a Reforma Protestante. – A Bíblia está certa, a História Universal confirma. Amém!

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