17.2.11

Seu dinheiro de cada dia

















Princípios que podem organizar sua vida financeira

O sexo ilícito e o mau uso do dinheiro são duas coisas que certamente têm contribuído para o enfraquecimento de muitos casamentos. A falta de dinheiro ou a má administração dele tem causado males e angustiado muitos casais nos dias de hoje. Afinal, quando as finanças estão desequilibradas todas as outras coisas entram em crise, desde o relacionamento conjugal até o envolvimento na igreja.

O DINHEIRO NA BÍBLIA

A Bíblia fala 205 vezes sobre a fé, 208 vezes sobre a Salvação e 2.058 vezes sobre o dinheiro ou algo relacionado que lembre dinheiro, tais como: bens, herança, propriedades. Muitas são as historias que têm como pano de fundo o bom ou mau uso do dinheiro. Talvez a mais famosa destas é a do próprio Cristo que foi traído por um de seus discípulos por apenas 30 moedas de prata ( Mat 27:3-5 ). Ainda que não houvesse dinheiro envolvido na transação, Esaú vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó por um suculento prato de lentilhas ( Gen.25:27-34).

Uma pobre viúva foi elogiada por Jesus por causa do seu desprendimento em ofertar as únicas duas moedas que possuía ( Luc.21:1-4 ). Quem não se lembra das famosas palavras de Zaqueu quando afirma ao Mestre que daria metade da fortuna para os pobres e que restituiria quatro vezes se porventura houvesse roubado de alguém? ( Luc.19 :1-10 ). E ainda o jovem rico que preferiu as suas riquezas a ser discípulo de Jesus? ( Mat.19 :16-22). Como podemos ver, até mesmo a vida das pessoas registradas nas páginas das escrituras, está rodeada por valores que podem ser simbolizados pelo dinheiro. O certo é que a Bíblia contém em quase todas as suas páginas alguma referência a pessoas preocupadas em o que fazer com bens, propriedades, finanças.

A ORIENTAÇÃO DE DEUS

Em primeiro lugar, Deus orienta que ganhemos dinheiro honestamente. Não é pecado ganhar dinheiro. Devemos lembrar-nos, porém, de que é Deus quem nos dá força para adquirirmos riquezas ( Deut 8:18 ).

Não podemos então adorar a Deus como o soberano de nossas vidas e ao mesmo tempo, em relação ao dinheiro, agirmos como se Deus não existisse ou não se importasse com aquilo que fazemos com nossas finanças. Isto é impossível. Portanto, a primeira coisa que alguém precisa ter em mente quando falamos em administrar as finanças trata-se exatamente de como o dinheiro do lar é adquirido. O rendimento familiar vem de onde? É produto do quê?A maneira mais tradicional é que essa renda venha do trabalho de algum membro da família.

Antigamente era mais comum pensar que o homem era o natural provedor do lar, enquanto que a esposa tinha como responsabilidade o cuidado da casa e dos filhos. Com o decorrer dos anos esta prática foi sendo mudada, e hoje é muito comum encontrar o casal trabalhando fora para auxiliar ou aumentar a renda familiar. Em situações de crise econômica, os filhos já estão trabalhando para ajudar em casa.

Nós entendemos que os recursos que entram no lar devem ser ganhos com honestidade e de uma maneira onde o nome de Deus é honrado e glorificado . Uma das primeiras instruções na Bíblia foi justamente sobre o trabalho: “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes a terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gen. 3,19). Nós cremos que um lar abençoado financeiramente é um lar onde os recursos são adquiridos com o suor do rosto, com o trabalho digno de cada membro da família. Se alguém da família trabalha em lugar onde tem que realizar falcatruas ou algo desonesto, deve rejeitar tal tipo de serviço, ainda que isto venha a lhe custar o emprego.

Em segundo lugar, a orientação de Deus é que usemos o dinheiro de maneira sensata. O dinheiro ganho honestamente pode ser usado desonestamente. O filho pródigo “dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente” ( Luc. 15:13 ). O rico insensato acumulou sua riqueza ao invés de empregá-la no que fosse útil ( Luc. 12:21 ). O administrador infiel foi demitido porque “estava a defraudar os... bens do seu senhor” ( Luc. 16:1 ). Em contraste com isso, os servos bons e fiéis usaram sabiamente os bens que lhes foram confiados ( Mat. 25:23 ). O desperdício é pecado, e o salário do pecado é a morte (Rom. 6:23 ).

Em terceiro lugar, Deus quer que dediquemos o dinheiro religiosamente. Somos responsáveis por tudo que possuímos, devendo administrá-lo de acordo com os desejos de seu legítimo Proprietário: Deus ( Sal. 50:10 ). Somos mordomos de tudo na vida, incluindo o nosso dinheiro, e tudo isso deve ser usado para a glória de Deus (1 Cor.10:31). O dinheiro ganho honestamente e usado sabiamente deve ser dedicado religiosamente a Deus e Sua Causa ( Mal.3:8-12 ).

“O maior pecado que agora existe na igreja é a cobiça. (Deus olha com desagrado para o Seu povo professo por causa do egoísmo da parte deles” – (Testemunho, vol.1, p.194). “Beneficência constante e abnegada é o remédio que Deus propõe para os ulcerosos pecados do egoísmo e da cobiça... Ele ordenou que dar deve tornar-se um hábito, para que possa contrapor-se ao perigoso e enganador pecado da cobiça. O dar continuamente faz que a cobiça morra de inanição” – O Lar Adventista, p. 370.

Os cristãos devem prestar mais atenção, portanto, à questão financeira no Lar. Talvez o maior perigo que ronda as famílias da igreja é a falta de diálogo, falta de comunicação entre os cônjuges, especialmente sobre o assunto dinheiro. Muitas famílias não sabem administrar as finanças do Lar e estão afundadas em dívidas.

SUGESTÕES PRÁTICAS

Administrar é uma arte que precisa ser aprendida. Alguns têm mais habilidades naturais nesta tarefa outras menos, todavia, é certo que todos nós podemos aprender a gerenciar de maneira mais organizada a nossa vida, principalmente no aspecto financeiro.

A seguir, algumas sugestões:

a) Quite seus débitos. Se necessário, venda algo para fugir da dívida. O seguinte testemunho sobre o assunto é dado por uma senhora de que vivera cinqüenta anos de feliz vida conjugal: “Sei por que João e eu temos sido felizes durante estes cinqüenta anos. Antes de mais nada tomamos como regra não contrair dívidas. Morei sessenta e oito anos em Chicago, e nunca durante este tempo, devi um centavo a qualquer pessoa... Creio que grande parte da infelicidade é originada por gastar-se mais do que se ganha. “Temos tido como norma comprar o que nos é possível pagar e só”. “Muitas famílias pobres o são porque gastam o dinheiro tão logo o recebem. Deveis considerar que uma pessoa não deve dirigir seus negócios de molde a incorrer em dívida... Quando alguém se envolve com dívidas, caiu na rede que Satanás prepara para as almas” – O Lar Adventista, p. 392.

b) Corte os excessos e não crie outros débitos. É possível quitar seu pagamento apenas eliminando gastos. O consumismo desmedido é um dos principais pecados da humanidade.

c) Não fique a mercê de nenhuma financiadora, agiota ou banco. Se necessário, venda seu carro e compre um mais velho, ou então, ande de ônibus durante algum tempo. Evite ao máximo fazer empréstimos, e tome a firme posição de nunca se envolver com agiotas, pois eles farão de tudo para receber o dinheiro que lhes pertencem e você não terá um minuto de folga até pagar o último centavo. Fuja, portanto, dos agiotas e do crédito rápido que eles oferecem. Fuja ainda das financeiras, que anunciam dinheiro fácil. Os juros são exorbitantes. Muito cuidado ao assinar papéis, especialmente quando a sua casa e carro ficam alienados a eles.

d) Compre à vista. Débito prolongado e mal planejado tem a ver com disciplina pessoal e revela nossa incapacidade de viver com o que temos, seja qual for o salário que recebemos. Eu sei que muitas vezes é mais fácil comprar em suaves prestações do que à vista. Veja, porém, se no seu orçamento você pode cortar as prestações mensais. Veja se você tem que cortar alguma coisa durante aquele período para pagar esta nova prestação. Saiba exatamente de onde é que o dinheiro virá. As suaves prestações podem vir a ser tremendos pesadelos. Uma regra para comprar a prazo é bem simples: se você não tem o dinheiro hoje, não terá amanhã. Espere pagar as prestações de hoje e então parta para uma nova compra a prazo.

Diga não à tentação. Não ao cartão de crédito; não a vitrine atraente; não a sociedade imediatista e não ao supérfluo. A impulsividade nos leva a comprar até o que não queremos. O pior se dá quando chega o extrato do cartão. A gente se arrepende de ter ido àquele restaurante caro, da calça que não tinha necessidade, da bolsa que estava em grande liquidação. O melhor remédio para o uso desenfreado do cartão é a tesoura.

e) Viva dentro do seu salário. Isso evitará as brigas no lar, as dores de cabeça, a insônia e o SPC.

f) Fidelidade nos dízimos e ofertas. O que é de Deus é de Deus e pronto. O dízimo não é para ser questionado, mas obedecido. O dízimo não foi instituído na Bíblia para nossa chateação, ou para ficarmos irritados. E quanto às ofertas voluntárias? Creio que as ofertas partem de um coração generoso e agradecido a Deus. E não esquecer que “o oitavo mandamento condena... o furto e o roubo. Exige restrita integridade nos mínimos detalhes dos negócios da vida. Veda o engano no comércio, e requer o pagamento dos débitos e salários exatos” – Lar Adventista, p.392.

Pr. Érico Tadeu Xavier

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